Capítulo 9

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Olá meninas! Mais um capítulo saindo. Estão gostando? 



ENRICO MONTEIRO



Tento trabalhar e não consigo me concentrar em absolutamente nada. Imagens do rosto decepcionado de Clara não saem da minha cabeça. Seguro a ponta do nariz e respiro fundo. Será que estou sendo um babaca sem precedentes por não ir até ela? Eu sinto um maldito incômodo dentro de mim dizendo que estou fazendo algo errado em não ir até ela é conversar, tentar conhecer ela é o filho dela que pode ser meu. Que só poderia ser meu, ele é igual a mim naquela idade e ainda temos as mesmas cores de cabelo, olhos. É um minieu.

Dos olhos e cabelos, além das características semelhantes, não tem como negar que esse garoto tenha meus genes. E eu me pergunto o que faço aqui que não estou tentando me aproximar deles. Não vi Clara hoje, eu passei o dia no meu escritório, nem Melissa entrou na minha sala hoje, ninguém teve autorização para me interromper, algo estava me deixando inquieto e ranzinza. Fecho a tampa do notebook e pego meu caminho pra fora da minha sala. São pouco mais de seis da tarde e a redação está praticamente vazia.

Uma hora depois eu paro o carro na frente do prédio de Clara. Eu não sabia bem o que diabos vim fazer aqui, mas algo me compeliu para cá. O prédio não tem um sistema de segurança eficiente pelo visito porque eu entro sem ninguém me parar, pouco depois estou tocando a campainha da porta. A porta se abre e uma Clara me recebe de olhos arregalados. Ela está em um short branco curto e uma camiseta verde, e descalça, as pernas longas descobertas são sexies. Eu analiso tudo em segundos e mesmo que ontem tenha dito que nada nela me atraía por não ser o tipo de mulher que namoro, ela causa mais efeito em mim do que ela possa imaginar. Se ela estiver certa, eu tive mais que interesse nela no passado. Ela é bonita, disso não tenho dúvidas. Seus cabelos pretos e lisos, seus olhos verdes e um corpo com as curvas nos lugares certos são tentadores, mas se você olhasse bem em seus olhos veria uma melancolia em suas profundezas verdes, ela tem esse ar frágil que parece que ela vai quebrar, mas é algo enganoso, porque eu sei que ela é forte, como ela falou comigo ontem, eu tenho certeza que ela não é frágil como sua aparência transparece.

— O que está fazendo aqui? — ela pergunta quando me encara no corredor vazio. Ela está nervosa.

— Achei que precisava vim, temos que conversar — digo sem eu mesmo saber a real razão de estar aqui, apenas sinto que devo. Uma força parece que age em mim desde ontem, meus pensamentos não saem da possibilidade de ser pai, de ter um filho com uma desconhecida que diz que sou seu marido. Jesus, eu passei a noite tentando me lembrar dela, da vida que ela diz que tivemos e tudo parece escuro em minha cabeça. — Eu...

— Você não pode aparecer aqui e confundir meu filho se você não estiver certo que vai continuar na vida dele. Para ele seu pai não está mais aqui e vendo você sem que eu o prepare para isso, vai deixar ele confuso. Só para depois você simplesmente dizer que tudo é uma invenção e vá embora, deixando meu filho mais uma vez. — Ela derrama uma enxurrada de palavras com raiva, seu rosto está vermelho e olhos furiosos me encaram.

— Não...

— Acho que deve ir embora. Podemos ter essa conversa amanhã ou outra hora qualquer, menos agora.

— Eu preciso conhecer o garoto... — Mais uma vez ela me corta.

— Precisa?

— Sim... — começo, mas Clara caminha até invadir meu espaço pessoal colocando as mãos no quadril com olhar feroz para mim, a mulher que parecia frágil e meio louca de dois dias atrás dá lugar a outra mulher com olhar cheio de ferocidade.

A Esposa Esquecida do CEOWhere stories live. Discover now