Capítulo 104

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        Poncho estava sentado no chão com seu filho Nico no colo, enquanto Dani brincava em sua frente. Diana se aproximou e por alguns segundos ficou admirando aquela cena. Ver Poncho novamente em sua casa lhe trouxe uma sensação boa. 

       Com Anahí longe, ela não temia nada e eles pareciam estar novamente sendo uma família. Analisando seus próprios sentimentos, percebia que ainda que sentisse um pouco de raiva e mágoa por tudo o que aconteceu, a presença frequente dele fazia tudo voltar ao equilíbrio. 

     Diana se aproximou e se sentou no sofá. 

      — Você já pensou em voltar a morar aqui? — ela lhe perguntou.  — Com a pandemia, com esse isolamento social, os seus filhos precisam de você mais do que nunca. Seria bom se você voltasse a morar conosco.

       Poncho estranhou aquele comentário vindo de sua ex-esposa, já que ela nem queria vê-lo. Antes que pudesse responder algo, seu filho Daniel se levantou rapidamente e deu um pulo. 

     — O papai vai morar com a gente? — ele sorriu. — Vamos morar todos juntos de novo?

     — Se o seu pai quiser. — Diana deu um sorriso. 

    O filho correu até o pai e o abraçou por cima dos braços que seguravam Nico. 

   — Por favor, paizinho, vamos morar todos juntos de novo.

   Imediatamente Poncho pensou em Anahí. Seu coração se cortou ao ver o filho com aquela carinha e com aquela voz lhe pedindo para ficar. Dizer que não ficaria por causa de Anahí parecia até que era uma rejeição ao próprio filho.

     No entanto, sabia que não poda voltar. Nunca seria mais como era antigamente.

    — Filho, — Poncho disse com carinho. — Eu e sua mamãe somos apenas bons amigos agora. Eu tenho a minha outra casa que você tem até o seu quartinho, lembra?

     — Com a tia Any? — Dani perguntou. 

    Diana bufou de raiva, revirando os olhos e se levantando. 

   — Você prefere ficar com a amante e os filhos delas do que com os próprios filhos... — disse em um resmungo exatamente o que Poncho mais temia que seu filho pensasse. 

    Apenas respirando fundo, para não discutir na frente das crianças, Poncho segurou Nico apenas com um braço e trouxe Dani para o seu colo, sentando-se em sua perna. 

    — Sim, meu filho. É a nossa casa que temos. — Poncho lhe deu um beijo. — Sempre que puderem, você e seu irmão estarão com a gente. Mas a casa também é de vocês. E não importa aonde eu esteja, eu sempre vou te amar.

    — Eu também te amo, papai. — o filho respondeu sem alegria.

   Poncho saiu da casa com o coração partido em ver o filho naquele estado. Assim que chegou em casa, fez uma videochamada com Anahí.

       — Amooor! — Anahí disse empolgada ao atender. — Que saudade!

      — Eu também estou morrendo de saudade.

      — Eu estava pensando em voltar para nossa casa. Não vejo sentido ficar aqui isolada se você está aí na capital.

      — Não é arriscado? O Emiliano ainda é muito pequeno. 

     — Bom, eu iria com o motorista... Sei que são muitas horas de viagens, mas podemos ver um jeito. Eu fiquei pensando nisso hoje o dia todo. Sei que a instrução é não sairmos na rua, mas você já viajou e o Andrés Tovar está vindo ver a Maite. 

O Milagre do ReencontroWhere stories live. Discover now