Capítulo 28

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             Faltavam pouquíssimo dias para Anahí voltar para sua cidade com o marido, porém ainda não havia aceitado conscientemente a ideia de que ela e o Poncho não iam ter uma despedida.

              Em meio as suas reflexões, chegou em uma conclusão: iria pedir o divórcio e enfrentar todas as consequências. Sim, estava decidida, mas esperaria até que Emiliano nascesse. 

            Havia decidido e percebeu que era a melhor coisa a ser feita. 

            Enquanto estava brincando com Manu, seu telefone tocou, mostrando um número desconhecido. Não gostava de atender números estranhos. Sempre ficava com receio desse tipo de ligação, porém resolver atender.

            - Alô? - Anahí atendeu, desconfiada. 

            - Oi meu amor! 

            Anahí ouviu a voz de Poncho e estremeceu. Seu coração deu um salto e começou a bater descompassadamente. Até quando reagiria assim ao falar com ele? Não sabia! A única coisa que podia entender naquele momento era o quanto lhe fazia bem escutar a sua voz.  

            - P... - Anahí foi falar, mas lembrou das câmeras. Falar da Maite também já não colaria mais. 

             - Você pode me ver agora? Eu estou a três ruas da sua casa. Preciso te ver antes que você vá embora!

          Anahí continuava muda, ao mesmo tempo que estava desesperada em falar alguma coisa. Aquilo era tudo que mais queria e precisava. 

          - Certo... - Anahí disse. Estava aflita e precisa inventar alguma desculpa. - Meu vestido ficou pronto? Ótimo, pretendo usar na noite de ano-novo! Estou indo buscar!

          Poncho olhou em volta, Anahí precisaria voltar com um vestido para casa.

           - Tá! Você sabe onde fica aquela farmácia perto da sua casa, certo? Eu vou...  - soltou uma risada. - procurar um vestido! 

           - Certo! Daqui a pouco já vou buscar! Obrigada!

          Anahí desligou super aflita. Seu coração estava disparado por ter falado com o Poncho e pelo nervosismo de estar mentindo mais uma vez. Não aguentava mais aquela situação. Precisava tomar uma atitude o quanto antes. 

          - Vou ter que buscar meu vestido de ano-novo! - Anahí avisou os funcionários que estavam trabalhando em sua casa.  - Preciso pegar hoje!

          - Quer que eu peça para o carro levar a senhora? 

         - Não precisa, obrigada! Quero andar um pouco sozinha! - Anahí olhou para o nada, enquanto pensava nas palavras a serem usadas.  - Sinto falta de andar sozinha pela Cidade do México!

          Ela sabia que aquela resposta não seria convincente, muito menos ao seu marido, quando questionasse aonde ela estava. Talvez não devesse mentir para ele, afinal, ele sempre arrumaria uma forma de descobrir o que ela havia feito. 

         Lembrou-se de Poncho que por certo estaria naquele momento procurando um vestido para que Anahí passasse o ano-novo! Deveria dizer para ele que não precisava nada daquilo, mas perder tempo avisando talvez fosse pior.

          Anahí esperou um tempo para  chamar o Uber. Pediu que a levasse até o local em que havia combinado com Poncho e logo de longe avistou seu carro.

        Seu coração já estava disparado, mas parecia que o ritmo havia acelerado ainda mais. Tentou respirar para se acalmar. Seu bebê estava em seu ventre e portanto não poderia sofrer fortes emoções - apesar de ser o que mais estava sentindo nos últimos dias. 

O Milagre do ReencontroWhere stories live. Discover now